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Identidade, o mesmo, a máscara pessoal



    Identidade é um termo complexo, e ao mesmo tempo simples de entender. Concordamos com (Buckingham, 2008,) que diz que a proveniência significativa da palavra surge de Idem (o mesmo, em Lat.), e por nossa inferência, a sua qualidade. O mesmo social cultural, histórico, o sujeito em sua qualidade identificada, uma qualificação de ser em si mesmo que se professa a dizer, a se mostrar quem é.  Somos todos a resposta histórico cultural que nos indica, no define.


Em Crátilo de Platão estão essas nuances de um ser nomeado, sabendo que, o nome não é o ser. Dizer-se quem se é, ao mesmo tempo significa sermos quem somos através do que dizemos, e não do que somos sem a investidura, a coberta nomeada do que dizemos ser.  De qualquer modo nos apresentamos, crentes que levamos conosco a nossa inteireza sólida de sermos quem propalamos ser. E há quem diga quem somos, que nos apresente a nós mesmos, e então somos levados a crer quem somos através do outro. E confirmamos ou não, porém sempre voltados ao mesmo, àquele que a cada tempo na construção do pensamento como nos ensina a teoria histórico cultural em Vygotsky (2000, 2008a, 2008b, 2010, 2014), a sermos quem no espaço contextual da existência, da realidade em movimento dizemos quem somos.
Certamente a identidade nos revela como parte de um nicho confirmativo, talvez conformativo desde Levin (1951), de que somos em nós mesmos e socialmente. 
A identidade genérica da raça humana diz que somos o que mais importa como seres da dúvida, da incerteza e jamais seres da invariabilidade, somos o imediato do agora e do porvir, no dizer de Nietzsche (1974) somos quem está a caminho de ser, um ser além da absolutidade, do racional e transcendental, da vaidade e do peso lógico das razões, somos a expectativa e o movimento em direção a um humano melhor.
Em Vygotsky, somos a humanidade reconhecida desde a sua história, e da vivência, da experiência cultural social. A igualdade no emaranhado ilógico das diferenças. 
Somos construtores de nossas certezas, de verdades que amanhã bem cedo se tornarão incertas, erros, descaminhos, somos o nome, e atrás dele, na cobertura da ordem orgânica, humana, nomeada, somos alguém a procura de ser. Nada é definitivo, estanque, ninguém corre até o muro dos horizontes a fim de conceber o abismo, ao sermos nós mesmo muralhados, abismados com a “trave nos olhos”  (Bíblia, Mateus 3-5).
Sem retirar aquilo que nos cega, não temos como retirar a do outro, sem o conhecimento, sem compartilhar a experiência da vida não poderemos entender os nossos passos, como ensina Nietzsche, um passo cria um abismo entre o ser e o não ser, cria distâncias e o terrível óbvio que nos toma como suficientes e auto-centrados.
Assim também é a identidade personal, de (persona, do grego), a máscara que inventamos, que construímos como uma inteireza de personalidade, um papel social a mostrar quem somos no palco existencial. Sabemos que mesmo acompanhados ainda estamos sós, necessitamos todos os dias alcançar o outro, dizer a que vimos, contar-lhe quem somos.
Da mesma forma somos apresentados, somos também benditos ou malditos, na benevolência e na maledicência. E ao nos apresentar deixamos imediatamente de ser quem somos para nos atermos a quem somos no espaço da convivência. No contexto onde emergimos. Confirmamos, buscamos todas as justificativas para informar de onde viemos, para onde iremos, e o que fazemos aqui. E isso porque o humano, dentro da solidão, ainda é um ser plural, complexo, diverso em conjunto com os demais, mesmo com os ausentes, acompanhado da identidade e de sua transmutação.
Certamente, não serei o que sou senão uma parte; quanto mais sou diluído nas relações e interações sociais, nesse embate, nessa luta em nos tornarmos quem acreditamos ser. Um ser vitral, de estilhaços,  a cada momento, quebrados, trincados, devolvidos em pedaços, todos os dias somos quem “junta os cacos” em busca de formar novamente a pessoa quem somos, a máscara vital.
A nossa identidade, ao proclamarmos, ao sermos vistos, percebidos no mundo, tudo o mais é,  em um constante processo de crescimento humano, revolucionário de buscarmos ser, de nos identificarmos como seres sociais e em transformação.
Identidade, o mesmo, a máscara, a forma habitável onde nos escondemos e nos prevalecemos em querer ser, crentes de que somos.





Ainda não somos tudo o que somos, ou melhor, pouco sabemos do que nos diz respeito enquanto corre o tempo. A primeira visão de mundo, o mundo visto por si mesmo, não pode ser alcançada, assim cada um de nós a nos ver em um mundo visto por tantos. Somos pequenas peças vistas de cada um. Soltas noções do que podemos ser. Todos vemos o que acontece, o evento de existir, e, ao mesmo tempo, não vemos. Precisamos da percepção de cada alma em sua totalidade finalizada a nos dizer quem somos, e uma inteligência que pudesse colar todas essas visões em uma síntese, a dizer, incluindo nós mesmos, quem somos em nossa particularidade mundana.

Somos a igualdade do mundo desigual, o desequilíbrio de tudo. Pedaço coerente de um pensamento, a ordem lógica de uma ideologia, a crença que vive entre nós, e além, o que está dentro e fora ao mesmo tempo, a voz meritocrática que diz que merecemos ser ou não. O que somos derrete com a vela do tempo, e antes de nos vermos fora de nós, nos vemos como quem se perde e se encontra.

A techné, a realização de algo que vem do mundo social e natural, a arte, ainda que mostre sua evidência significativa produz em nós muitos outros sentidos, e transformamos o conhecido, o que foi realizado. E essa transformação, através da construção social do pensamento, torna-se criatividade. De muitas maneiras também somos criadores da obra com a qual nos relacionamos.

O que nos faz artistas do entendimento é o salto qualitativo, quando enfim alcançamos a metáfora e vamos além. A intrincada estrutura da obra revela algo, muitas vezes sem palavras, como uma compreensão fora da lógica dada, da ordem significativa. A obra de arte nos revela como seres potencialmente completos e esvaziados da vida comum, possibilitando encontrarmos o que em nós se revela.

São descobertas, sutis delineamentos de nossa compreensão, tantas vezes somos levados ao abrupto, e tantas vezes ficamos silenciados com a desconcertante incoerência, a obra torna-se o enigma e, ao mesmo tempo algo que se refere a nós, a esta humanidade, encontramos e perdemos, outras vezes vencemos a ordem definida, levados por nossa sensibilidade.

A obra carrega consigo toda a história humana. Dizemos que é uma obra de arte. O que identifica é a referência de um si mesmo social, alguém que nomeia e aprende o nome da vida, e a qualifica através da história, da cultura em que compartilha conhecimentos. A primeira base de uma identidade surge da construção de um conceito de si, como diz Vygotsky (pensamento e linguagem) que é feito de vínculos coerentes que sustentam a sua especificidade. No entanto não somos uma coisa teórica, somos seres em processo, e o conceito que construirmos dissolve-se nas múltiplas determinações de Marx, nas variantes de vínculos que se reconstroem em um constante nomeado de significados e de sentidos que pudermos dar a cada momento, a cada instante dessa passagem vital de aprendizados. A relação e a interação social é sempre renovada, e não temos como frear o pensamento, a criatividade, senão transformar o que pensamos ser no que seremos ou no que pensamos ser, e no que o outro pode pensar que somos, quem nos vê atuar no mundo. Há nisso um complexo que sobrepõe o conceito, em sua base factual em relação aos vínculos definidos, lógicos que o definem.

Isso se dá com o mundo nomeado, o mundo do qual participamos. No entanto, somos seres em transformação movidos pela história e cultura, atuantes num mundo em que os desiguais se tornam a totalidade possível de uma humanidade, de sermos todos completamente humanos. Essa talvez, seja a identidade primeira de sermos a unidade total da totalidade em que inseridos, somos diversos. Essa é a contradição de sermos unidos em separado, o complexo objetal da realidade inconstante.

No complexo, esses vínculos podem ser tão diversificados quanto o contato diversamente fatual e a semelhança fatual dos mais diversos objetos, que estão em relação lógica e concreta entre si. (Vygotsky, 2010, p. 49).

No entanto, os vínculos humanos demandam outras generalizações, participam das incertezas, e das complexas atividades orgânicas que constituem o sujeito. As funções psicológicas superiores integradas a toda organicidade humana com a vida cultural social, a estrutura filogenética e ontogenética, as emoções com os nossos sentimentos, a ordem racional apreendida, o pensamento em palavras na dinâmica relacional, artística e criativa.

Bem possível que possamos dizer que a identidade de cada um de nós seja essa construção social, ao mesmo tempo em que ao ser quem somos, deixamos de sê-lo por nossa caminhada no tempo em que tudo se transforma. Não somos a garantia estanque das certezas absolutas, porém, somos carregados pelas atividades sociais.

Algo diz que somos o que aparentamos ser, a estrutura do corpo, o que aparece como uma forma, um jeito de expressar, a voz, o modo como nos relacionamos mostra alguma identidade.

Definimos quem somos a partir da história que funda a ordem de um mundo social do qual aceitamos ou somos levados a fazer parte. O artista se diz artista a partir de sua expressão artística. Teoria e prática, a praxis (πρακτικής) social, o trabalho do artista diz quem ele é, o que o identifica. A identidade do artista está vinculada com a atividade que exerce, no sentido pessoal, de um modo de vida, de sua exposição  pública, na ação criativa e reconhecimento.

“O objetivo final da arte não é transformar-se em estética, como se fosse o triunfo sobre tudo e todos, isso contradiz a sensação de Aristeia, de vestir-se de beleza, de encanto, de ser o artista e arte percebidos como alguém reconhecido, merecedor do estado de glória nelas mesmas. É o mesmo que o sentido, quando o significado por alguma razão dentro de certo contexto, permite a compreensão.” (Moreira da Silva Neto, 2023, p. 312-313).  

No entanto, não se alcança a completa inteireza do complexo artístico com a relação Aristoi com a criatividade (Boden, 1999). Aristoi, uma virtude que pode se entender no seio cultural social, uma mensagem sub-reptícia que transforma as perspectivas ideológicas, e transforma pensamentos.

Deixar de ser um ator, pintor, um performer, como tirar de si o que lhe pertence, ao mesmo tempo que ao desincorporar essa identidade se torne outra. De uma identidade para uma outra identidade. Ser artista significa manifestar-se artisticamente, além da forma de entendimento da vida comum ao mesmo tempo que a vive.

Podemos reconhecer a obra de um Picasso, de um Van Gogh, e dizer que aquilo ali, materialmente em exposição, é obra de um ou de outro. Mas o que faz com que saibamos que é artístico vem do complexo social, dos vínculos que levaram à definição de que se trata de uma obra artística, certamente realizada por um artista,  o reconhecimento.

Aquele trabalho só pode ser de Rubem Fonseca, outro de Moacyr Scliar,  e este, Identidade, de Machado de Assis.

O conto Identidade de Machado de Assis, mostra bem isso, se alguém parecido com um rei, um faraó toma seu lugar, ele, no lugar é o faraó, mesmo não sendo para o leitor que o percebe. Mas em si mesmo, ele é o faraó. Ainda que haja uma espécie de fraude, um engano, uma troca, o que não é torna-se o que realmente é na base pontual de ser, de estar investido em ser assumidamente.

Para ser artista então assumimos o papel social de sermos artistas, no entanto, mesmo que haja algum outro motivo, uma vida comum, um estado outro de ser, ao nos colocarmos como artistas o seremos, desde que possamos ser publicamente reconhecidos como tal. O imperador falso é um imperador verdadeiro aos olhos de sua gente, e nas ações imperiais que toma.

Prática social, criatividade, atuação, realização da obra, e reconhecimento são portanto, inerentes a uma configuração da identidade do artista. Ele ali, aquele lá é um artista, e não outro enquanto possamos identificá-lo e ao saber do que realiza porque a arte é um bem cultural social e histórico. De tal forma que a arte na educação também ensina de outros modos, isso porque   “está determinado y condicionado por la psique del hombre social” (Vygotsky, 2008, 33).

Na arte somos quem não somos, ao sermos identificados como que fôssemos artistas criadores de nosso pensamento. E da mesma forma, o artista é artista enquanto criador desta possibilidade. Diferente das obras funcionais, utilitárias, a arte tem o papel de nos elevarmos além do comum, sem o perdê-lo, em um nível diferente das simples diferenças, da vida cotidiana, possibilita participar do complexo, e nos entender como atores humanos cuja identidade não pode ser apenas escolhida, mas determinada por um mundo social cultural e histórico que nos revela como seres da construção e compartilhamento do conhecimento.

A arte só pode ser reconhecida enquanto trabalho humano, como um labor, de uma atividade que se realiza na completude artística.

“El arte construye su lógica en su intrincado movimiento interno con lo que presenta fuera, lo que hiere dentro, actúa con la percepción, hace dominio, orden en el desorden, estratégias y tácticas no reveladas, no claras en su claridad.” (Moreira da Silva Neto, 2023, p.307)

O artista se relaciona com a arte até o fim do processo de execução, criação e realização artística.

No momento seguinte torna-se espectador de sua obra, e é identificado como aquele quem a construiu, desde si mesmo ao público geral, considerando o seu reconhecimento social. O reconhecimento social também é uma atuação legal de antemão solicitada pelo criador da obra de arte, o artista.

De outra maneira, um homem comum, como no conto de Machado de Assis, pode tomar o lugar de um rei, e um rei pode se tornar um homem comum. No momento em que descobre que jamais se identificou com a sua posição, sendo rei nunca o foi.  

Uma vez que a aparente escolha se define como reconhecimento social, o ex-rei, descoberto como infeliz, e com isso, sentindo-se incapaz, não mais aceitando a sua condição, jamais poderá voltar ao seu trono porque aquele homem comum que se identifica com o papel de rei é o rei. A identidade pode ser uma condição, no caso uma troca condicionada do qual o sujeito social se torna reconhecido por ser aquilo que aparenta.

No entanto, contrariando Machado de Assis, as aparências carregam uma identidade em sua aparência, isto é uma incorporação identificável, a representação do que aparece necessitando, portanto, de uma confirmação pública social, relacional e interacional, um conhecimento a ser adquirido e apresentado, uma performatização de um conhecimento. Isso porque, a lembrar o ditado popular: “o hábito não faz o monge."

Nesse sentido, a formação humana, a preparação disponibilizada no tempo, o conhecimento adquirido definem um caminho de ser de uma identidade. 

No entanto, um artista será um artista que constrói a sua arte com criatividade, e reconhecimento.

Legalmente é um artista, socialmente nomeado como tal. Ainda assim, a identidade do artista e de qualquer outra pessoa em relação à sua atividade é sempre a exposição de uma identidade social.

Pode-se mudar ou modificar a partir de uma percepção horizontal o artista e sua obra, os biógrafos, estudiosos, colecionadores, os fãs fazem isso, estudaram a trajetória, os caminhos percorridos, o surgimento do artista, a sua biografia, e o montante que compõe toda uma paisagem existencial correspondente à sua produção, enfim, é um modo amplo atividade de ser artista, de realizar uma obra. E há, a nosso ver um modo vertical, definido por muitas categorias compostas ao desenvolvimento do artista, especialistas, cientistas e críticos de arte são os que mais se aproximam desta visão comprometedora da identidade do artista, eles analisam, mensuram, dinamizam, segmentam os períodos, e as fases de estilo, descobertas, insights, interrupções, retomadas, além de comparações com os contextos vividos, históricos, sociais, econômicos entre outros, levantam dados, aprofundam a respeito da técnica adotada, atuam no sentido de alcançar limites, saber onde o artista chegou com sua interpretação cênica, com o desenho,  pintura, com a cena, com a filmografia, de acordo com a arte, em busca de compreensão sintética da arte do artista.

Acreditamos que haja uma dimensão diagonal em meio a essas estruturas, um caminho em que estejam todas essas categorias estruturais interligadas, a teoria histórico cultural pode nos ajudar. o artista é ao mesmo tempo reconhecido por si mesmo e socialmente, todas as ações produtivas desde períodos, fases, e outras interligações podem ser percebidas a partir de uma visão integrada dos contextos sociais, históricos e culturais da qual participa. Uma parte, portanto, de muitos modos representa a totalidade, e se pode entender a identidade do artista a partir de um deles, e considerar que a continuidade existencial de uma vida,   


Referências

Buckingham, David. “Introducing Identity." Youth, Identity, and Digital Media. The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation Series on Digital Media and Learning. Cambridge, MA: The MIT Press, 2008. 1–24. doi:10.1162/dmal.9780262524834.001

Disponível em:

https://digitalearner.wordpress.com/wp-content/uploads/2011/05/0262294273chap1.pdf 

Lewin, K. (1951) Field Theory in Social Science. Harper & Brothers Publisher. New York.

https://ia902905.us.archive.org/4/items/in.ernet.dli.2015.138989/2015.138989.Field-Theory-In-Social-Science-Selected-Theoretical-Oaoers.pdf

Moreira da Silva Neto, Pedro. (2021) A Respecto del Bien.

Disponível em:

https://www.barnesandnoble.com/w/a-respecto-del-bien-pedro-moreira-nt/1141443324?ean=2940165848988

Platão (1973). Teeteto e Crátilo. Belém: Universidade Federal do Pará.

Vygotsky, Lev Semionovich. (2014) Obras Escogidas, Tomo II, Pensamiento y Lenguaje. Conferencia Sobre Psicología. Madrid: A. Machado Libros S. A.

_____. (2000) Pensamento e Linguagem, Rio de Janeiro: Martins Fontes.

_____. (2008a) Hamlet, o Príncipe da Dinamarca [Psicología da Arte - Capítulo 8], São Paulo: Martins Fontes.

_____. (2008b) Psicología del Arte. Buenos Aires: Paidós.



















"El objetivo final del arte no es transformarse en estética, como si fuera el triunfo sobre todo y todos, eso contradice la sensación de Aristeia, de vestirse de belleza, de encanto, de ser percibido como alguien reconocido, merecedor del estado de gloria en el cual es. Esto es lo mismo que el sentido, cuando el significado, por alguna razón inherente a cierto contexto, permite la comprensión." (Moreira da Silva Neto, 2023, p. 312-313).



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