Na padaria: Tenha bons sonhos
Ouvi numa leitura que o Paulo Leminski era isso-aquilo um poeta de frases de efeito. Acho que é uma poesia bem-feita. É engraçado o desfeito. Poesia precisa ter defeito.
Nietzsche fez poemas certinhos, Heidegger, poemas sobre a passagem da sua identidade pela Floresta Negra como um ralentado repórter de publicidade, bem bacana. “Curitiba, capital do freezer” sintetiza, para mim, o que o significado faz. Ele morre, e se transforma, pela janela da conjunção da palavra em um entendimento, que apenas o cultural social pode levar ao salto qualitativo e dar sentidos, resignificando o poema, (a anti-poesia), construindo metáforas.
A publicidade se perde sem se perder, o publicitário é o poeta. E poetas não têm público-alvo, não atiram em ninguém, eles salvam toda a comunidade.
Sinto pelos filósofos, mas o Polaco foi além. A poesia é um engano que somente, só mente, alcança o leitor, não os do jornalismo de favores de merchandising, nem da publicidade com ingressos grátis, cadeiras marcadas. Mas o segundo balcão, a platéia de fundo dos velhos, no rosto incorruptível da gente que não foi treinada.
“Há malas que vem pelo trem” - e elas não são ninguém.
Desperto: deixa de estar perto.
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