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Teatro na escola da vida

Teatro na escola da vida PMNT Quando comecei a fazer um curso de teatro fiquei encantado ao saber que a maioria das coisas que fazia no cotidiano era, de certa forma, teatral. Com o tempo pude notar que o jeito que alguém anda pela rua é uma artificialidade, uma invenção de comportamento para mostrar um jeito de ser. Isso surge de uma imitação cotidiana, de um espelhamento, ou melhor, de identificações que as pessoas têm com quem admiram ou desejam ser. Esse desejo de ser não é exatamente o querer ser aquela pessoa, viver aquela vida, mas parecer tal qual fosse mantendo ao mesmo tempo a sua personalidade o seu jeitinho. Você já deve ter visto pessoas que batem o pé quando andam. Elas chamam a atenção de quem tiver no fundo de uma sala, num lugar distante. O som dá a intenção do protagonista que desfila. A personagem é imaginada para quem estiver longe do campo de visão. Pensa-se isso e aquilo, alguém anda triste, está calmo e é bom, deve ser o chefe, está irritado, é a rai

Teatro infantil, o teatro da vida

Teatro infantil, o teatro da vida PMNT A beleza do teatro infantil como faz está relacionado a uma grandiosa sensibilidade que compreende a criança. O mundo da criança, como nos ensina a Pedagogia é também interno, um universo de vida sensível e iluminada. Quando o teatro busca se aproximar desse lugar maravilhoso deve, ao menos fazer o ritual, a consagração da alegria. Sem isso, temos técnicos, fazedores de dinheiro com interesses muito distantes da delicada vida da criança. Um teatro cheio de lições, moralismos, preconceitos, dúvidas, ações já conhecidas, com repetições cênicas frágeis em relação ao que ocorre no cinema e na TV, em desenhos animados que, em geral ensinam a agressividade ou portam um sentido que a produção em teatro não vê, não percebe. Isso ocorre porque se tenta limitar a percepção do mundo infantil em sala abarrotadas de doces e brinquedos, luzes faiscantes, músicas repetitivas e congeladas em refrões enfadonhos que não alcançam aquele universo senão superf

O jardim da escola

O jardim da escola PMNT Quando pensava na escola sentia medo, um vazio, algo estranho. Ir para escola era na minha primeira infância o terror porque ia a correr todos os riscos. Entendia que não me sentia bem, mas o que causava isso era coisa que não conhecia. Sair do conforto afetivo da família e surgir como um sujeito no mundo. Vamos dizer de modo diferente: sentia que ir para a escola teria que lutar contra todas as situações que me causassem constrangimento. De não saber me comportar, de não aprender, de não conquistar as notas, de não ser aceito pelo grupo da sala, de não isso e não aquilo. Sei que a criança sente isso: medo de rejeição, de fracasso, de humilhação, de frustração, de culpa, raiva e incapacidade de demonstrar naquele mundo tão imenso e controlado por regras a pessoa que se é.  As exigências de alguém à frente que não é nem pai nem mãe e que está ali, com sua presença gigante a representar a autoridade sobre todos os ensinamentos e isso incluía os meus pensam