Talento
Você é talentoso, sempre foi. Talvez os adultos de seu tempo não tenham percebido, ou calaram porque tiveram medo de que tudo aquilo que mostrava não pudessem controlar. Preferiram esconder o seu talento porque acreditavam que sofreria no futuro. Era um jeito que os pais tiveram de construir proteção. Se desenhava muito bem diriam: isso não dá profissão! Vai ver que disseram: Pare agora com isso e vá estudar! Um mundo de diversão não caberia no esforço, na dura faina do trabalho. Confundia-se isso com a escola, e entendiam que estudar devia ser difícil, que era para poucos.
Isso é estranho frente até mesmo ao significado original de escola, que do grego significa lugar da alegria. Parece que é fora de questão, todos sabemos que a escola é o lugar do sofrimento, de que há nela pessoas a oferecer a nossos filhos conhecimentos que devem ser aprendidos com muita dificuldade, que deve ser exigente, limitadora e cheia de tarefas para casa. E dizem: Quanto mais tarefa, melhor!
Vivemos em mundo de competição de comparação entre o que chamam de fracos e de fortes, dos que possuem e os despossuídos, entre os que trabalham horas sem fim e os que pouco trabalham, entre os que se dedicam ter e aos que buscam ser, e ainda aos que buscam as duas coisas ao mesmo tempo. Sacríficio, de fato, um ofício sagrado representa escolhas, e ter a capacidade de escolhas é fundamental, e para saber escolher deve-se simultaneamente deixar de lado muitas coisas na vida.
Em geral os pais escolhem para os filhos o que acreditam lhes sejam melhor. É possível que, contrariamente a esse jeito de educar os filhos, pudessem os pais ajudá-los a escolher. Pensemos na escolha como decisão, de promover um corte entre o que se vai fazer e o que não se vai fazer. Um exemplo é oferecer a oportunidade de decisão da criança sobre o brinquedo, a diversão, o jogo, a demonstração de seu talento.
Desde muito cedo a ampla plasticidade criativa se apresenta na criança. Não há uma idade específica, final que demonstre o momento certo da manifestação do talento. O apoio ao talento é maravilhoso se concebermos a dimensão de um bem estar que se pode dar à criança. Mas, o adulto, tantas vezes insensível ao que acontece a seu lado e tão capaz de sofrer por assuntos menores não percebe quanto a sua participação no desenvolvimento da criança têm importância, e o quanto ela aguarda ser reconhecida. Um verdadeiro apoio é simples, pacífico, amoroso e sem exageros, sem gritos e aquelas pompas já conhecidas. Mas para isso, para que os pais saibam com quem estão lidando, e posam realmente ajudá-las a decidir, a escolher, podem perceber a dinâmica do processo criativo.
É muito comum a criança lendo e alguém lhe dizer:
- Por que não vai brincar?
Ler livros para as crianças é lhes dar a oportunidade única da voz fraterna, daqueles que a amam a interpretar histórias. Para a criança a leitura se lhe produz única, sua, interna. Penso nisso freqüentemente quando quero produzir uma história infantil: onde estarão os pais nas leituras?
O talento se desenvolve para a formação artística como algo que parece dizer que é evidente, que realmente pertence à criança, não precisando de mais nada senão do apoio afetivo, e claro, de oferecer à criança um aprendizado maior. Todos podem desenvolver talentos desde que tenham o incentivo. Alguns pais confundem isso como pagar uma escola especializada. Tudo bem isso ajuda, e é importante, mas não é só isso. A atenção é a base, o mais necessário. Acompanhar com paciência e não com exigência, estabelecer uma conexão que diga: estou com você!
PMNT
Você é talentoso, sempre foi. Talvez os adultos de seu tempo não tenham percebido, ou calaram porque tiveram medo de que tudo aquilo que mostrava não pudessem controlar. Preferiram esconder o seu talento porque acreditavam que sofreria no futuro. Era um jeito que os pais tiveram de construir proteção. Se desenhava muito bem diriam: isso não dá profissão! Vai ver que disseram: Pare agora com isso e vá estudar! Um mundo de diversão não caberia no esforço, na dura faina do trabalho. Confundia-se isso com a escola, e entendiam que estudar devia ser difícil, que era para poucos.
Isso é estranho frente até mesmo ao significado original de escola, que do grego significa lugar da alegria. Parece que é fora de questão, todos sabemos que a escola é o lugar do sofrimento, de que há nela pessoas a oferecer a nossos filhos conhecimentos que devem ser aprendidos com muita dificuldade, que deve ser exigente, limitadora e cheia de tarefas para casa. E dizem: Quanto mais tarefa, melhor!
Vivemos em mundo de competição de comparação entre o que chamam de fracos e de fortes, dos que possuem e os despossuídos, entre os que trabalham horas sem fim e os que pouco trabalham, entre os que se dedicam ter e aos que buscam ser, e ainda aos que buscam as duas coisas ao mesmo tempo. Sacríficio, de fato, um ofício sagrado representa escolhas, e ter a capacidade de escolhas é fundamental, e para saber escolher deve-se simultaneamente deixar de lado muitas coisas na vida.
Em geral os pais escolhem para os filhos o que acreditam lhes sejam melhor. É possível que, contrariamente a esse jeito de educar os filhos, pudessem os pais ajudá-los a escolher. Pensemos na escolha como decisão, de promover um corte entre o que se vai fazer e o que não se vai fazer. Um exemplo é oferecer a oportunidade de decisão da criança sobre o brinquedo, a diversão, o jogo, a demonstração de seu talento.
Desde muito cedo a ampla plasticidade criativa se apresenta na criança. Não há uma idade específica, final que demonstre o momento certo da manifestação do talento. O apoio ao talento é maravilhoso se concebermos a dimensão de um bem estar que se pode dar à criança. Mas, o adulto, tantas vezes insensível ao que acontece a seu lado e tão capaz de sofrer por assuntos menores não percebe quanto a sua participação no desenvolvimento da criança têm importância, e o quanto ela aguarda ser reconhecida. Um verdadeiro apoio é simples, pacífico, amoroso e sem exageros, sem gritos e aquelas pompas já conhecidas. Mas para isso, para que os pais saibam com quem estão lidando, e posam realmente ajudá-las a decidir, a escolher, podem perceber a dinâmica do processo criativo.
É muito comum a criança lendo e alguém lhe dizer:
- Por que não vai brincar?
Ler livros para as crianças é lhes dar a oportunidade única da voz fraterna, daqueles que a amam a interpretar histórias. Para a criança a leitura se lhe produz única, sua, interna. Penso nisso freqüentemente quando quero produzir uma história infantil: onde estarão os pais nas leituras?
O talento se desenvolve para a formação artística como algo que parece dizer que é evidente, que realmente pertence à criança, não precisando de mais nada senão do apoio afetivo, e claro, de oferecer à criança um aprendizado maior. Todos podem desenvolver talentos desde que tenham o incentivo. Alguns pais confundem isso como pagar uma escola especializada. Tudo bem isso ajuda, e é importante, mas não é só isso. A atenção é a base, o mais necessário. Acompanhar com paciência e não com exigência, estabelecer uma conexão que diga: estou com você!